O que falar sobre as injustiças que pairam sobre a humanidade, e sobre o que fazemos ou o que podemos fazer sobre isso. Hoje, estava indo para minha casa, e quando fui pegar o metrô na rodoviária do Plano Piloto, vi em uma, das várias, lojinhas dessas, das várias bugigangas que se vendem por lá, e vi uma senhora, de cor negra, aspecto meio envelhecido, devia ter uns 80 anos, baixa e meio gordinha, usando óculos e carregando uma bolsa bege, e por estar sozinha, nós temos aquela leve impressão de ser uma dessas idosas que são abandonadas pela família, que depois que o marido morre, passa todos os dias em casa, sofrendo por dentro e sozinha. Nos únicos dias que sai de casa, tentando fazer alguma coisa com o pouco dinheiro que o governo lhe dá de aposentadoria, para tentar dar um presente a seu neto, para que ele use, ou pelo menos lembre dela, já que os pais da criança, não devem lembrá-lo dela. Nesses poucos dias, que poderiam se tornar melhores, ela se depara com a crueldade do ser humano, que não se interessa, do quão só ou triste a vida dela pode ser, mas que eles só querem o seu bem, e não lhes interessa o resto, ou seja nesse caso, o próximo. A senhora vem, até caminhando devagar, suas pernas devem estar cansadas, o quadril dolorido, cansada do meio corrido e do grande volume de pessoas, indo e vindo, como é na cidade grande, mas pára em uma dessas lojinhas, procurando uma camisa da seleção para o neto. Sua voz é baixa, o som é abafado pela força exercida para a saída do ar mesclado com exercício de respiração, mas pergunta ao vendedor o preço da camisa. O que a gente se espera, vivendo na capital do Brasil, é simplesmente igualdade, direitos iguais, oportunidade... Mas, acima de tudo, JUSTIÇA.
Quando a gente pensa nessa parte, uma merecida pausa para refletirmos seria de bom agrado. Geralmente, as pessoas que vivem ou passam por Brasília, e passam na rodoviária, sabe como é chato, muitas pessoas, oferendo muitas coisas, e todas de baixa qualidade, mas de muita alternativa para as pessoas que não tem muito dinheiro e tempo, ou simplesmente podem comprar enquanto esperam o seu ônibus, que provavelmente seria o que a senhora estava fazendo. Sem titubear, falando firmemente, sem se importar com as pessoas que passavam, o vendedor disse a senhora que a camisa que ele vendia tinha o valor de nada mais do que R$ 100 reais. O que pensar em uma hora dessas? O que nos revolta tanto quanto isso? Podemos passar o dia estressados por nosso time no futebol, por uma briga com a esposa, por um dia estressante no trabalho, e também ficariamos, se a pessoa a tentar ser enganada fosse nós mesmos, mas por algum motivo, não nos preocupamos com o que acontece com as pessoas a nossa volta, o que é péssimo para o mundo, porque se o egoísmo nos dominar, o mundo pode acabar. Ninguém se importa com ninguém... essa é a vida que tenho presenciado. É claro que existem excessões, e minha intenção aqui, é tentar dar as pessoas a sensação de um refletimento mais profundo sobre seus atos.
O que a senhora procurava? Será que ela tinha intenções ruins? Ou será que ela só queria aproveitar que tinha saido de casa, e comprar um presente para o neto, que provavelmente só se lembra dela, quando a vê. E se essa senhora fosse a sua mãe ou a sua avó? O que você faria? Se ela fosse enganada, e comprasse uma blusa que vale R$ 10 reais por um preço dez vezes maior para seu filho? Agora, você irá esperar isso acontecer para tomar uma atitude, ou você vai rever suas atitudes e seus atos, para que injustiças como essas, não possam acontecer somente com entes queridos, ou próximo a você, mas sim parem de acontecer no mundo, como um impulso a melhorias, a um gosto por justiça, por ordem e progresso. Não importa o que aconteça, se tomamos atitudes erradas, família é sempre família. Do que as pessoas gostam elas cuidam, do que não conhecem ou não tem laço nenhum, não se importam com o que acontece. Elas esperam que não aconteça nada, para quando acontecer, poder fazer alguma coisa... Mas, porque não já tentar evitar isso? Aí, a culpa é só dos políticos, culpa do governo... A pergunta é: Porque será mesmo que o Brasil não vai pra frente?